17.3.09



Certas coisas

Há certas coisas que é uma sorte não perceber nada do assunto, como por exemplo: Amar, acariciar, beijar, abraçar, olhar com ternura, compreender, ajudar, etc.
Como seremos capazes de amar se soubermos o que é? A entrega do amor é sempre labiríntica e escura, maravilhosa e nova, redentora e renovadora.
Como poderemos ter a certeza da sinceridade de uma carícia se ela for apenas consequência de um qualquer manual de instruções? Uma carícia, aprendi-o há pouco, é uma passagem de energia que nos arrepia a sensibilidade. Uma carícia é um contacto suave que nos faz ver com o tacto.
Como poderemos saborear um beijo sem antecipadamente ter consciência do desconhecimento da sensação? Que manual de instruções nos poderia informar da intensidade e tempo, momento ou fusão sem consequentemente nos deixar baralhados, ansiosos e desiludidos?
Corpo contra corpo, que ensinamento pode ser acrescido a um abraço para que este seja: suave ou apertado; instantâneo ou demorado; quente ou refrescante?
Que sensações podem ser antecipadas no resgate que fazemos delas no corpo do outro?
E até do sexo, de que é muito importante saber muita coisa, e nos tempos que correm com mais propriedade, poucos ou nenhum destes conhecimentos nos garantem uma relação aprendida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Certas coisas... que damos por adquiridas e que quando já nao as temos sentimos, na realidade a sua ausência. Para isso, para que lhe dêmos a devida IMPORTÂNCIA, necessitamos de livros de instruçoes.
Aquele abraço.
O teu blog é um reflexo de uma sensibilidade autêntica com a qual me identifico...