10.2.09



Substituição


Ainda bem que está a chover
Porque assim não vou poder sair.

Se era aquela coisa verdadeira
P’ra que é que farejo
Sem eira nem beira
Outra cara, outro olhar,
Outro corpo ou outro beijo,
Uma tremura, uma ternura,
Outra loucura…

P’ra quê?
Porquê?

Se aquilo tudo era tanto
E agora o guardo
Numa caixa bem ao canto
Sobre a qual pouso o meu banco,
Os sorrisos e os
Sobressaltos
Os poemas nunca escritos
E abortados voos altos…

P’ra quê?
Porquê
Esta sofreguidão
De buscar
Substituição?

Ainda bem que está a chover…

1 comentário:

José Miguel de Oliveira disse...

bem me parecia que havia poesia nessa tua arquitectura...