Pequenas coisas
Lembro-me do fato de veludo que usei no casamento da tia Isabel. Lembro-me da gabardina Lino verde tropa. Lembro-me do sobretudo com o tecido em espinha preto e branco. Lembro-me dos sapatos baixos, castanhos, de biqueira quadrada que “herdei” do meu pai. Lembro-me do chapéu caqui que inventei a partir de umas calças Lois. Lembro-me dos sapatos de verniz. Lembro-me dos suspensórios suíços. Lembro de uma camisola que a Beatriz apenas começou. Lembro-me das luvas de pele de veado também “herdadas” por espírito de reciclagem ou fascínio. Lembro-me de uma camisola preta com gola dupla. Lembro-me das botas de cano alto trazidas da Benedita. Lembro-me da minha viola eléctrica que apesar de ser em segunda mão foi comprada com o primeiro dinheiro ganho. Lembro-me daquela ocarina que arranjei não sei de onde. Lembro-me das colecções de desenhos que ciclicamente fui deitando fora. Lembro-me de uma canção chamada “Sonho de cristal”.
Lembro-me do fato de veludo que usei no casamento da tia Isabel. Lembro-me da gabardina Lino verde tropa. Lembro-me do sobretudo com o tecido em espinha preto e branco. Lembro-me dos sapatos baixos, castanhos, de biqueira quadrada que “herdei” do meu pai. Lembro-me do chapéu caqui que inventei a partir de umas calças Lois. Lembro-me dos sapatos de verniz. Lembro-me dos suspensórios suíços. Lembro de uma camisola que a Beatriz apenas começou. Lembro-me das luvas de pele de veado também “herdadas” por espírito de reciclagem ou fascínio. Lembro-me de uma camisola preta com gola dupla. Lembro-me das botas de cano alto trazidas da Benedita. Lembro-me da minha viola eléctrica que apesar de ser em segunda mão foi comprada com o primeiro dinheiro ganho. Lembro-me daquela ocarina que arranjei não sei de onde. Lembro-me das colecções de desenhos que ciclicamente fui deitando fora. Lembro-me de uma canção chamada “Sonho de cristal”.
5 comentários:
Pequenas coisas que trazem muita felicidade... essa é uma sensação que todos podiamos experimentar... alguns simplesmente não querem... outros não podem.
Ai como recordo,meu Deus!Ai como recordo!
Com que saudade recordo,hoje,as brincadeiras de criança,em bandos que mais pareciam aves esvoaçando pelas ruas da minha terra,cheios de sonhos fantásticos!
Com que saudade recordo os dias de festa com a minha mãe a vestir-me o melhor fatinho que podia dar-me e a retocar a sua "obra" com um resto do perfume que ainda tinha!
Como recordo as correrias "loucas"
pelas ruas íngremes do burgo ou quando tinhamos que fugir à frente do dono dos pomares onde íamos "apanhar" alguma fruta!
Como recordo o toque das matinas que me acordava para depois ir para a escola ou o toque das trindades que ao anoitecer me dizia que eram horas de recolher a casa!
Como recordo os namoricos inocentes,sempre um pouco às escondidas dos mais velhos!E que sabor tinham!
Como recordo os jogos das escondidas e os segredos que tínhamos ao descobrir um ninho de um pássaro vistoso ou mais raro!
Como recordo,meu Deus!Como recordo,ainda,as poucas mas boas,reprimendas que os meus Pais me deram com verdadeiro Amor!
E... por que motivo recordo hoje?
Recordo porque li o seu texto e me fez recuar no tempo cinco para seis décadas de existência.
Por isso,o meu obrigado.
"Primum vivere"
Os dois comentários eliminados eram meus. A frase que queria dizer não estava bem. Há dias assim.
Quero escrever:
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