5.12.08




“Noite”

Escuto-te
Ó voz da minha
Espantosa Tristeza,
E pela noite dentro prolongo
O cansaço da minha
Irremediável insónia.
Os meus olhos estão
Carregados de sono
Que não se consuma
Porque esperam em vão
O banho das lágrimas,
E os meus desejos buscam fogos
Que ardem sem calor
E se apagam negros e dobrados.
Ó luz da noite que
Claramente me recordas
A treva do Dia,
Apaga-te de uma vez
E dorme,
E deixa-me dormir também.

Espantoso Barbosa / poema 17
O Livro do Fantástico Espanto de Espantoso Barbosa / 1988

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