Renascer
Temos tantos motivos para renascer…
Mas não é fácil. Na maioria das vezes é preciso morrer. Ora o que se passa é que para morrer é preciso querer. Para morrer é preciso querer e estar bem de saúde. Ninguém deve desejar morrer em fraqueza. É um erro porque pode ser que não tenhamos forças para renascer.
É claro que a passagem da fase larvar para bicho alado implica uma letargia em casulo e esse processo é esgotante no que diz respeito às energias. Temos que dispor delas antecipadamente quando decidimos matar a nossa vida larvar.
Cumpridos os requisitos da viagem, renascer é sempre bom se não se fica na estação.
Quando se renasce vem-se fraco, mas limpo e a carregar baterias.
Quando se renasce vem-se livre, com vontade mas a passo.
Quando se renasce adquire-se uma espécie de alegria que vem com a luz da manhã e traz uma mistura sempre nova de cheiros intensos.
Quando se renasce não temos nada, não queremos nada mas desejamos viver.
Temos tantos motivos para renascer…
Mas não é fácil. Na maioria das vezes é preciso morrer. Ora o que se passa é que para morrer é preciso querer. Para morrer é preciso querer e estar bem de saúde. Ninguém deve desejar morrer em fraqueza. É um erro porque pode ser que não tenhamos forças para renascer.
É claro que a passagem da fase larvar para bicho alado implica uma letargia em casulo e esse processo é esgotante no que diz respeito às energias. Temos que dispor delas antecipadamente quando decidimos matar a nossa vida larvar.
Cumpridos os requisitos da viagem, renascer é sempre bom se não se fica na estação.
Quando se renasce vem-se fraco, mas limpo e a carregar baterias.
Quando se renasce vem-se livre, com vontade mas a passo.
Quando se renasce adquire-se uma espécie de alegria que vem com a luz da manhã e traz uma mistura sempre nova de cheiros intensos.
Quando se renasce não temos nada, não queremos nada mas desejamos viver.
3 comentários:
Quando se nasce...
Não temos expectativas.
Não temos ansiedades.
Não planeamos o futuro.
Não recordamos o passado.
Limitamo-nos a digerir o presente com sofreguidão.
E ainda bem, porque desde que se nasce, é esse o único tempo que se tem.
E, quando se cresce, o presente perde misteriosamente o sabor, passa a carecer sistemáticamente de aditivos, de temperos, de livros de receitas.
Quando se nasce, nasce-se sem se saber porquê.
E, bem vistas as coisas...que importância tem isso ?
Um grande abraço.
O texto de entremares sobre o nascer e o crescer sintetiza muito bem estas fases da vida humana e termina da melhor maneira. Realmente, nascemos sem saber porquê... e que importância é que isso tem?
O mesmo já não se pode dizer do(s) renascer(es), tem de facto importância, e esta pode ser enorme, vital mesmo... até no sentido físico.
Parabéns pelo teu texto, está óptimo! Não te sabia também artista e arquitecto da palavra.
A propósito de palavra, o outro que escreveste sobre as palavras «não ditas» (sobretudo), também está interessantíssimo - tendência inata para a perspectiva (?)- e fez-me lembrar um de Roland Barthes, que fixei desde o tempo da faculdade porque me impressionou. Resumidamente, ele dizia que as palavras são libertadoras, mas também fascistas. Por isso, talvez algumas sejam mais importantes quando não ditas?
Um abraço.
Muito bem!
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