
S.A.B.E.
Quando por causa de um projecto “Coménius”, estive cinco dias na Polónia, intuitivamente os meus sentidos buscaram em cada segundo, um cheiro, uma imagem, um sabor, um lugar, que a genética tivesse inadvertidamente deixado passar proveniente dessas minhas raízes judaicas.
Não me atravessou nada específico mas pareceu-me ao menos ter apanhado uma ou outra brisa conhecida.
Consciente desta desidentificação patente, juntei ao vocábulo “reconhecimento” a frase “deixar-se tocar”.
Tocou-me em primeiro lugar Cracóvia pela sua identidade descontraidamente cosmopolita e universitária.
Tocou-me negativamente Auschwitz de onde vim com a certeza que toda a gente lá deveria ir uma, e uma só, vez na vida. Hoje acho que não devia ter ido.
Surpreendemente tocou-me um sabor e ficou. Não sei se por coincidência, ou por ser mesmo assim, em todos os lugares onde comemos, restaurantes, escolas ou casas particulares, havia sempre sopa de beterraba. Um caldo vermelho, aguado, saboroso, bonito, e com ar de poção mágica. Magia ou não é que me apetece voltar à Polónia quanto mais não seja por isso.
De regresso a Portugal, tal como quem compra um carro em segunda mão e a partir desse dia só vê viaturas iguais à sua a circular, a beterraba, alimento que nem fazia parte da minha dieta alimentar, passou a pavonear-se na minha frente permanentemente.
Crua, cozida, ou em vinagre, comprei, experimentei, cozinhei, acertei, falhei, de tudo um pouco. Por fim, e por uma questão prática, deixei-me vencer pelos pacotes de beterraba cozida que devoro puro e simplesmente ao natural (fria claro!). Não minto se disser que como uma média de uma beterraba por dia.
Pode ser adição mas faz-me muito bem. Acho eu…
Ah! Já me esquecia! A sopa de beterraba é que nunca consegui fazer. Talvez lhe falte um ingrediente : a Polónia.
Quando por causa de um projecto “Coménius”, estive cinco dias na Polónia, intuitivamente os meus sentidos buscaram em cada segundo, um cheiro, uma imagem, um sabor, um lugar, que a genética tivesse inadvertidamente deixado passar proveniente dessas minhas raízes judaicas.
Não me atravessou nada específico mas pareceu-me ao menos ter apanhado uma ou outra brisa conhecida.
Consciente desta desidentificação patente, juntei ao vocábulo “reconhecimento” a frase “deixar-se tocar”.
Tocou-me em primeiro lugar Cracóvia pela sua identidade descontraidamente cosmopolita e universitária.
Tocou-me negativamente Auschwitz de onde vim com a certeza que toda a gente lá deveria ir uma, e uma só, vez na vida. Hoje acho que não devia ter ido.
Surpreendemente tocou-me um sabor e ficou. Não sei se por coincidência, ou por ser mesmo assim, em todos os lugares onde comemos, restaurantes, escolas ou casas particulares, havia sempre sopa de beterraba. Um caldo vermelho, aguado, saboroso, bonito, e com ar de poção mágica. Magia ou não é que me apetece voltar à Polónia quanto mais não seja por isso.
De regresso a Portugal, tal como quem compra um carro em segunda mão e a partir desse dia só vê viaturas iguais à sua a circular, a beterraba, alimento que nem fazia parte da minha dieta alimentar, passou a pavonear-se na minha frente permanentemente.
Crua, cozida, ou em vinagre, comprei, experimentei, cozinhei, acertei, falhei, de tudo um pouco. Por fim, e por uma questão prática, deixei-me vencer pelos pacotes de beterraba cozida que devoro puro e simplesmente ao natural (fria claro!). Não minto se disser que como uma média de uma beterraba por dia.
Pode ser adição mas faz-me muito bem. Acho eu…
Ah! Já me esquecia! A sopa de beterraba é que nunca consegui fazer. Talvez lhe falte um ingrediente : a Polónia.